BEA 548 - Staines, Inglaterra - Junho 1972

Data - 18/06/1972
Voo - BEA 548
Companhia - British European Airways
Aeronave - Hawker Siddeley Trident 1C (G-ARPI)
Local - Staines-Upon-Thames, Surrey (Inglaterra)
Rota - Heathrow,Londres, Inglaterra - Bruxelas, Bélgica
Vítimas - 118 (109 passageiros e 9 tripulantes)

O Vôo 548 da BEA,  era um vôo regular de passageiros, de Londres e Bruxelas, que caiu logo após a decolagem, matando todos os 118 pessoas a bordo. O acidente ficou conhecido como o desastre de Staines e permaneceu o desastre aéreo mais mortífero na Grã-Bretanha, até o atentado de Lockerbie, na Escócia, em 1988. 
O Trident sofreu uma perda de sustentação ao terceiro minuto do voo e caiu perto da cidade de Staines, quase acertando numa estrada principal. O inquérito que se seguiu, culpou o comandante por não conseguir manter velocidade do aparelho e configurar os dispositivos high-lift incorretamente. A investigação também cita os problemas coronários que o comandantes sofria e da experiência limitada do co-piloto, além de notar um "problema técnico" não especificado, que foi aparentemente resolvido ainda na pista. 
O acidente ocorreu num contexto de uma greve de pilotos (por causa dos constantes sequestros de aviões) que causou mau ambiente entre os tripulantes, nomeadamente entre as gerações mais antigas e mais novas. A greve também havia interrompido os serviços normais, levando a que o Vôo 548 fosse carregado com o peso máximo permitido.  Uma hora e meia antes da partida do BE 548, o comandante  Stanley Key, se envolveu numa briga na sala de tripulação BEA no Edifício principal de Heathrow com um primeiro oficial chamado Flavell. O tema da discussão de Key foi a greve que se opunha, enquanto Flavell apoiava. Os restantes membros da tripulação do BE 548 testemunharam a briga, e outro espectador descreveu a atitude de Key como "o argumento mais violento que ele nunca tinha ouvido falar".  Pouco depois Key pediu desculpas a Flavell, e o assunto parecia encerrado.  A posição de Key anti-grevista valeu inimigos nas semanas anteriores ao acidente, e até uma mensagem dirigido pessoalmente contra ele havia aparecido no convés de vôo de Tridents da BEA. 
Embora tecnicamente avançado, o Trident (e outras aeronaves com um arranjo de T-cauda) tinha características potencialmente perigosas. Se a sua velocidade era insuficiente, e principalmente se os dispositivos de elevação ("droops") não fossem estendidos para as baixas velocidades, típicas de aterragens ou descolagens, ele poderia entrar em uma perda profunda (ou "superstall"), condição em que as superfícies de controlo da cauda tornam-se ineficazes  a partir da qual a recuperação era praticamente impossível. Efetivamente, o comandante que tripulava o Trident da BEA, não tinha atingido velocidade, nem altura suficientes para retrair os "droops" (uma espécia de flaps na frente da asa do avião), que ajudavam a estabilizá-lo. Como tal, o avião perdeu a "sustentação" e nada mais havia a fazer.



Informação Wikipédia
Informação Aviation Safety
Imagens Airliners

Foto - Kjell Nilsson, Airliners

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